O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) organizou capacitação profissional a agentes florestais para identificação de 32 espécies florestais nativas.
A iniciativa visa agregar valor à madeira mato-grossense e conferir lisura ao processo comercial com a padronização dos nomes vulgares e científicos das espécies.
O primeiro curso gratuito teve participação de 23 inscritos, e foi realizado durante esta semana, no município de Nova Monte Verde, no Norte de Mato Grosso.
O próximo treinamento está previsto para ocorrer em outubro deste ano. Em 2025, as capacitações serão retomadas, nos meses de fevereiro e junho.
Após as capacitações, os técnicos e engenheiros florestais terão domínio das ferramentas botânicas disponíveis para proceder a determinação científica correta das espécies existentes nas florestas manejadas.
Com duração de 70 horas, o curso é dividido em 3 submódulos e se destina a profissionais que atuam nos inventários florestais das empresas que estarão contribuindo com a realização do projeto “Espécies arbóreas mais comercializadas no Estado”, executado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus Alta Floresta, em parceria com o Cipem.
“Iniciamos o primeiro curso de identificação botânica de gênero e espécie em área de manejo florestal da Fazenda Embu. Com isso, teremos muitos dados para uma identificação mais precisa para realmente padronizar as espécies a nível de Mato Grosso, além de coletar materiais para serem enviados para os herbários”, explica o presidente do Cipem, Ednei Blasius.
De acordo com a engenheira florestal e professora doutora em Botânica na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Gracialda Costa Ferreira a identificação botânica tem sido um gargalo há muitos anos, persistindo dentro das atividades de manejo florestal.
“As plantas tem sido nomeadas a partir das associações de nomes vulgares no campo por pessoas que trabalham nessa atividade. A esse nome depois é adicionado o nome científico, para que se possa dar sequência ao plano de manejo ou qualquer outra atividade de uso da floresta. No entanto, observamos que isso tem resultado no processamento da madeira como um produto heterogêneo, o que não é bom para o mercado, além de inviabilizar o uso mais adequado das florestas”, finaliza Gracialda.