Produção de móveis acumula alta de 10,5% até outubro e cenário é otimista para 2025

Produção de móveis acumula alta de 10,5% até outubro e cenário é otimista para 2025

Segundo indicadores da nova edição da “Conjuntura de Móveis”, estudo produzido com dados pelo IEMI com exclusividade para a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em outubro de 2024 a produção de móveis e colchões cresceu 9,9% em volume na comparação com o mês anterior. Atingindo 43,8 milhões de peças fabricadas — um recorde na variação mês a mês para o ano.

Tal incremento, somado às altas anteriores, resulta em um crescimento de 10,5% entre janeiro e outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2023. Nos últimos 12 meses, o volume acumulado registra alta de 8,4%.

Em termos de receita, a indústria moveleira faturou R$ 8,7 bilhões em outubro, uma elevação de 10% sobre setembro e de 6,0% no acumulado do ano. O preço médio por peça fabricada chegou a R$ 199,30 no oitavo mês do ano, mantendo uma trajetória de alta moderada, com 4,78% de aumento ao longo de 2024.

Nesse panorama, a demanda interna mostrou-se como a principal propulsora do setor em 2024, sinalizando um mercado mais aquecido no país: o consumo de mobiliário no mercado doméstico avançou 12,1% no acumulado do ano, com os importados representando 4,6% desse total.

Diante deste contexto, as projeções para o fechamento do ano indicam um crescimento de 8,5% em volume produzido de móveis e colchões em 2024 (janeiro a dezembro), chegando a cerca de 440 milhões de peças fabricadas.

Em valores nominais, o aumento estimado é de 9,5%, somando aproximadamente R$ 89,4 bilhões. Se confirmados, esses resultados colocam a indústria novamente nos patamares observados em 2019, antes da pandemia.

No varejo, o cenário também é favorável. Em outubro, as vendas de móveis e colchões atingiram 31,5 milhões de peças, alta de 6,0% sobre o mês anterior. Esse mesmo índice de crescimento, +6,0%, foi registrado no acumulado de janeiro a outubro de 2024. Enquanto a receita avançou 7,2% no período.

“Podemos dizer que o setor de móveis no Brasil apresentou um desempenho consistente ao longo de 2024, mesmo diante de desafios persistentes. O ‘Custo Brasil’, por exemplo, segue como um dos maiores obstáculos à competitividade da indústria e à atração de investimentos no país. Apesar disso, o setor de móveis se manteve firme, ampliando investimentos em fábricas [+13,5% entre janeiro e novembro] e elevando o nível de emprego em +7,8% até outubro. Em relação ao câmbio e ao cenário global, embora a desvalorização do real, entre outros fatores econômicos e geopolíticos que afetam as cadeias produtivas, nossas exportações também têm crescido, demonstrando a capacidade do mobiliário brasileiro de se manter presente nacional e internacionalmente”, explica Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel.

Em novembro de 2024, as exportações de móveis e colchões somaram US$ 78,9 milhões, um aumento considerável de 17,9% em relação a outubro. No acumulado de janeiro a novembro, as exportações do setor cresceram 2,8% sobre o mesmo período do ano anterior. A expectativa é encerrar este ano com alta de 1,6%, totalizando cerca de US$ 747 milhões (FOB).

“A indústria moveleira brasileira vem ampliando sua presença no mercado externo por meio de um escopo consistente de estratégias de internacionalização, que englobam inovação, tecnologia, design assinado, gestão sustentável, modernização, normalização e aprimoramento de produtos e processos produtivos, além da participação ativa em mercados internacionais”, explica Cândida Cervieri, diretora-executiva da Abimóvel.

Entre 2023 e 2024, foram realizados por meio do Projeto Brazilian Furniture, iniciativa da ABIMÓVEL em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), 31 ações internacionais e 4.118 rodadas de negócios, que contaram com a participação de 558 empresas e 231 compradores internacionais de 56 países. Veja mais resultados aqui: “Brazilian Furniture impulsionou US$ 367 milhões em negócios no ciclo 2023-2024”.

Embora os resultados internos e externos sejam positivos, é fundamental considerar o cenário socioeconômico mais amplo e os desafios setoriais que podem impactar o desempenho futuro da indústria moveleira e brasileira. Ao longo de 2024, a economia brasileira exibiu sinais de recuperação, com queda significativa no desemprego (6,2% ao final do trimestre encerrado em outubro, a menor taxa da série histórica iniciada em 2012) e o PIB acumulando 3,1% de expansão nos últimos quatro trimestres, estimulando a demanda interna.

Entretanto, a trajetória de crescimento não foi homogênea e o país ainda convive com pressões inflacionárias, carga tributária elevada, taxas de juros persistentes e um câmbio desfavorável. O real recuou 21,5% em 2024, enquanto o dólar alcança níveis históricos de valorização, o que na prática eleva o custo dos insumos e reduz o poder de compra do consumidor. Além disso, a entrada de produtos importados de baixa qualidade e a preços muito inferiores — especialmente da China — pressionam ainda mais a indústria nacional.

“A coordenação entre o poder público e a iniciativa privada será, mais do que nunca, central para a manutenção da indústria, da produção e dos postos de trabalho. Para consolidar esse avanço, é necessário ampliar o acesso a financiamentos, incentivar a digitalização, estimular a adoção de energias limpas e facilitar a obtenção de certificações internacionais”, fala o presidente da Abimóvel.

Para 2025, os dados preliminares do setor antecipam continuidade nos índices de crescimento, ainda que em ritmo mais moderado. As projeções sugerem um aumento de 2,5% no volume produzido e de 5,5% em valores nominais sobre os resultados de 2024. No comércio internacional, as exportações deverão crescer cerca de 2,5%.

“Já tínhamos uma projeção de que 2024 seria o ponto de inflexão para um novo ciclo de recuperação, o que se confirma agora no último mês do ano”, avalia Cândida Cervieri. “Em paralelo, a ABIMÓVEL segue atuando no diálogo e em proposições para a melhoria do ambiente de negócios na cadeia moveleira, bem como no incremento à competitividade, apostando em ações com foco no design, inovação, sustentabilidade, normalização, padronização e inteligência setorial”.

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