As exportações brasileiras de móveis e colchões atingiram a marca de US$ 70,6 milhões em agosto de 2023. Um aumento de 13,8% em relação a julho.
O resultado foi o melhor para um mês ao longo de todo o ano, vindo na sequência de uma alta de 5,1% na passagem de junho para julho.
Os dados fazem parte de levantamento do IEMI, com base nos dados oficiais da Balança Comercial brasileira, para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa idealizada pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), com o objetivo de impulsionar as exportações brasileiras no setor moveleiro.
Mesmo com as recuperações mensais consecutivas, porém, o montante exportado no período não foi o suficiente para reverter o recuo no acumulado do ano, mas colaboraram para frear a queda, que passou de -16,2% entre janeiro e julho, para -15% até agosto.
Ao olharmos para os últimos 12 meses, a retração foi de 19,2% nas exportações. Isso sugere que, apesar da retomada recente, o setor ainda tem obstáculos significativos a serem superados.
No cenário atual, a melhora consecutiva das exportações nos últimos meses indica que a indústria brasileira de móveis e colchões está respondendo às demandas e peculiaridades do mercado global, encontrando espaço para expansão e buscando estabilidade.
É importante pontuar, no entanto, que de uma forma geral o comércio mundial de mercadorias deve crescer apenas 0,8% em volume em 2023, ou seja, menos da metade do que foi projetado em abril (1,7%), segundo as últimas projeções divulgadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio), que se preocupa com as tensões geopolíticas e a inflação ao redor do mundo.
Já a expectativa para o próximo ano é de um cenário mais favorável. Isso, a depender, entre outras questões, da resolução de impasses políticos e comerciais em diferentes regiões do globo.
A organização ressalta o impacto negativo que uma divisão do comércio mundial em dois blocos geopolíticos poderia ter como resultado da invasão russa na Ucrânia, com os aliados de Kiev, de um lado, e os aliados da Rússia, do outro.
A escalada do conflito entre Israel e Palestina desde a última semana levanta outro grande sinal de alerta. Diante do perigo de uma fragmentação da economia global, então, a OMC fez um apelo ao fortalecimento do ambiente comercial, evitando-se medidas protecionistas neste momento.