Na quarta alta consecutiva de 2024, as exportações brasileiras de móveis e colchões somaram US$ 59,5 milhões em abril, marcando um aumento de 0,7% em relação a março – quando a atividade já havia crescido 4,6% sobre o mês anterior.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29) pela Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) a partir de levantamento realizado pelo IEMI com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, idealizado em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Este crescimento contínuo reflete uma leve, mas consistente recuperação do setor, que acumulou alta de 0,6% no primeiro quadrimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Estamos observando um crescimento gradual nas exportações, mas a competição com produtos importados, especialmente da China, continua sendo uma preocupação”, afirma Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel.
Isso porque as importações no setor apresentaram uma alta de 74,6% no primeiro quadrimestre deste ano e de 48,8% nos últimos 12 meses. Houve, no entanto, recuo de 2,1% na passagem de março para abril, com a balança comercial de móveis e colchões permanecendo positiva com superávit de US$ 36,5 milhões no quarto mês do ano e mais de US$ 126,7 no quadrimestre.
Este declínio nas importações pode ser visto como um alívio para os produtores nacionais, porém, a tendência de substituição de bens domésticos por importados se mantém como um sinal de alerta.
“A adoção de tecnologias de automação e digitalização, além de práticas sustentáveis para reduzir custos operacionais e melhorar a competitividade são fundamentais e devem ser apoiadas por meio de incentivos governamentais, sendo esta uma questão de necessidade para a sobrevivência dos negócios e a manutenção da economia nacional, que depende da geração de emprego e renda provinda da indústria”, complementa Munhoz.
No setor de móveis, especificamente, a Abimóvvel lidera ações com foco no incremento à competitividade para empresas de todos os portes. No caso dos micro e pequenos negócios moveleiros, o PDCIMob (Projeto de Desenvolvimento, Competitividade e Integração do Mobiliário), realizado em parceria com o SEBRAE Nacional (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), oferece suporte na melhoria da capacitação, inovação e gestão eficiente com foco no mercado interno e na adaptação também às demandas internacionais.
Para indústrias moveleiras com potencial exportador, o Projeto Brazilian Furniture, este organizado em parceria com a ApexBrasil, promove a internacionalização das marcas e produtos nacionais por meio de uma série de ações estratégicas, incluindo a participação em feiras e missões internacionais, fortalecendo a presença e ressaltando os diferenciais do mobiliário e do design brasileiro no mercado global.
Estratégias adicionais incluem o desenvolvimento de design integrado à indústria, a adoção de práticas de produção eficiente e gestão sustentável, além do investimento em inovação para agregar valor aos produtos.
“A indústria brasileira tem capacidade para crescer de maneira sustentável e eficaz, fator que ressalta ainda mais a necessidade de políticas eficazes para proteger a indústria nacional e fomentar sua competitividade no mercado internacional. Precisamos fortalecer a presença do mobiliário brasileiro no mercado global e ressaltar nossos diferenciais de design e sustentabilidade”, finaliza Munhoz.