Alemanha surge como potencial mercado do setor moveleiro brasileiro

Alemanha surge como potencial mercado do setor moveleiro brasileiro

A economia alemã, caracterizada por sua força produtiva e diversidade demográfica, ocupa o posto de terceira maior do mundo e é vista como um campo de oportunidades também para empresas exportadoras de outros mercados.

Com um PIB (Produto Interno Bruto) que atingiu US$ 4,46 trilhões em 2023, um ambiente comercial favorável e uma cultura moveleira que impulsiona o consumo no setor, o país se destaca como um parceiro comercial estratégico para a indústria brasileira de móveis e colchões, que vem ampliando sua participação na região.

Segundo a nova edição do “Estudo de Oportunidades para o Exportador Brasileiro de Móveis e Colchões – País-alvo: Alemanha”, desenvolvido pelo IEMI com exclusividade para os associados do Projeto Setorial Brazilian Furniture da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário).

Apesar de figurar entre os países com o maior Índice de Complexidade Econômica do mundo, refletindo a diversificada produção interna, a Alemanha registrou uma queda de 9,8% na produção de móveis e colchões ao longo do ano passado.

Ao mesmo tempo, observou-se um aumento considerável nas importações, que representaram 47,4% do consumo interno aparente de móveis, subindo 9,3 pontos percentuais desde 2019 (ano-base do estudo).

Cenário que motivou o cancelamento da próxima edição da feira IMM Cologne, que ocorreria em janeiro de 2025. Consequência, segundo os organizadores, de uma cautela maior no investimento e nos gastos por parte dos fabricantes alemães.

Em 2024, 13 marcas brasileiras expuseram na feira por intermédio do Projeto Brazilian Furniture, culminando em mais de US$ 35 milhões em negócios fechados e prospectados por meio de rodadas promovidas com compradores internacionais, além da consolidação de diversas parcerias comerciais.

Diante de tal panorama, embora o Brasil ainda conte com uma participação modesta no total de móveis importado pela Alemanha, o mobiliário brasileiro vem ganhando espaço no país europeu: as exportações brasileiras para a Alemanha cresceram 57,2% desde 2019, com destaque para o aumento de 110,7% nas exportações de móveis de madeira para dormitório.

Além disso, o preço médio de exportação do Brasil para a Alemanha foi de US$ 2,80 por kg em 2023, um aumento de 20,7% em relação a 2019, mas ainda 26,6% abaixo do preço médio das importações alemãs de móveis (US$ 3,82).

Isso indica que os produtos brasileiros competem principalmente nas faixas mais populares, apontando para uma oportunidade também de reposicionar a oferta brasileira em segmentos de maior valor agregado.

A política de tarifa de Nação Mais Favorecida (NMF) aplicada pela Alemanha é outro ponto que facilita a entrada de produtos brasileiros, já que elimina barreiras tarifárias adicionais, permitindo que o Brasil aproveite esse tratamento preferencial para ampliar sua participação no mercado alemão.

Um ponto, no entanto, é crucial: gestão sustentável! Comprovar a origem dos materiais e processos de produção ambientalmente responsáveis são questões essenciais para a penetração no mercado alemão.

“Embora as oportunidades sejam promissoras, os exportadores brasileiros enfrentam desafios significativos. A necessidade de competir com produtores locais altamente tecnológicos e a adaptação aos elevados padrões de qualidade e design exigidos pelo consumidor alemão são pontos que necessitam ser superados através de inovação contínua e investimentos em marketing, inovação, gestão sustentável e design”, fala a diretora-executiva da ABIMÓVEL, Cândida Cervieri.

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