Reino Unido tem metade da demanda por móveis suprida por importações

Reino Unido tem metade da demanda por móveis suprida por importações

O Reino Unido é a quinta maior economia do mundo e tem apresentado um cenário favorável para as exportações de móveis e colchões brasileiras.

É o que aponta o Estudo de Oportunidades para o Exportador Brasileiro de Móveis e Colchões – País-alvo: Reino Unido”, desenvolvido pelo EMI com exclusividade para os associados do Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa e patrocínio da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

O Reino Unido importou US$ 8,7 bilhões em 2022 e exportou cerca de US$ 1,5 bilhão. Revelando, assim, um déficit comercial de US$ 7,2 bilhões e uma dependência considerável aos produtos importados, que constituíram 58,7% do consumo aparente de móveis, indicando uma considerável abertura comercial.

Dessa forma, ocupando a 23ª posição entre os países exportadores de móveis e colchões para o Reino Unido, o Brasil demonstra um potencial significativo, tendo exportado US$ 51,8 milhões no setor para a região em 2022.

Este valor reflete uma tendência de queda desde um pico de exportação em 2014, quando a renda familiar britânica impulsionou as exportações para US$ 85,5 milhões.

Contudo, certos segmentos como móveis de outros materiais e assentos estofados apresentaram crescimento, apontando para oportunidades não exploradas.

A análise de preços revela que as exportações brasileiras são, por exemplo, em média 53,7% mais baratas que o custo médio de móveis e colchões importados pelo Reino Unido.

Este indicador, juntamente com a aplicação de uma tarifa ad valorem que varia de 2,0% a 4,0% sob a Cláusula de Nação Mais Favorecida (CNMF), sugere uma vantagem competitiva para o Brasil, especialmente se conseguir diversificar e agregar valor ao mix de produtos exportados.

Um ponto interessante de se observar é que os britânicos são ávidos usuários da internet, com 86% da população navegando diariamente e uma tendência a pesquisar produtos online antes da compra.

Apesar de uma inclinação para aquisições digitais, porém, o varejo físico mantém sua importância, especialmente para compras de alto valor. Fatores como preço e ética ambiental das marcas influenciam decisivamente o comportamento de compra, com 59% dos consumidores considerando o preço como crucial e cerca de 50% dispostos a pagar mais por produtos de marcas éticas.

De acordo com o IEMI, instituto de pesquisa responsável pelo estudo, o cenário apresentado acima indica que a estratégia para aumentar a participação no mercado britânico envolve não apenas a diversificação de produtos, mas também a inserção em segmentos de maior valor agregado, explorando a predisposição britânica por marcas éticas e sustentáveis.

Dessa forma, caso o Brasil continue a ampliar sua oferta com produtos de maior valor agregado, a indústria moveleira nacional pode contar com um potencial de crescimento de 67,1% nas exportações para o Reino Unido, atingindo até US$ 85,6 milhões nos próximos anos.

“As oportunidades para as exportações brasileiras de móveis e colchões para o Reino Unido são vastas, embora desafiadoras. A chave para o sucesso reside na capacidade de alinhar a oferta às tendências de consumo, sustentabilidade e inovação demandadas pelo sofisticado mercado britânico”, conclui o presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz.

Compartilhe:
Forest News

Forest News

A Forest Digital nasceu para ser a maior e mais completa plataforma digital de negócios e notícias do setor florestal, sendo a melhor opção para trabalhar a presença digital da sua empresa.