Diretor comercial da Biesse analisa abertura da filial no Brasil: “escolha perfeita”

Diretor comercial da Biesse analisa abertura da filial no Brasil: "escolha perfeita"

A Biesse está presente no Brasil há mais de 20 anos e em 2023 dará um grande passo para o fortalecimento da marca dentro do país: a companhia abrirá a primeira filial da empresa na América Latina, na cidade de Curitiba (PR), em 27 de abril.

Esse passo irá permitir maior aproximação da Biesse com os clientes brasileiros, com a possibilidade do envio de peças em até 24 horas para qualquer capital do Brasil. O Diretor Comercial da Biesse, Alessandro Agnoletti, falou com exclusividade para a Forest News sobre a expectativa da empresa com o lançamento da filial no Brasil e sobre o mercado madeireiro latino-americano.

Quais as expectativas para o Inside Biesse Brasil e a abertura oficial da filial em Curitiba?

Hoje abrimos as portas da nossa casa pela primeira vez aos nossos parceiros de negócio. Escolhemos começar desse ponto por ser uma jornada para a Biesse, com uma caminhada longa e por isso é melhor termos companhia. Mesmo aqueles que hoje não sejam nossos parceiros, integramos o mesmo setor. Acreditamos que o marketing possa ser colaborativo, inclusivo e sustentável.

A maioria dos clientes conhece a marca Biesse, afinal, estamos presentes no mercado há 30 anos, mas queremos trazer um modelo de negócios diferente. Se fosse meramente para divulgar, acharíamos outros meios, até mais econômicos, do que abrirmos as nossas portas e realizarmos um showroom para conseguirmos trabalhar esse marketing colaborativo.

A maioria dos presentes aqui talvez não estivesse com esse conceito muito claro e conseguiram aprimorar essa ideia. Esperamos que possamos começar esse intercâmbio de ideias e negócios, ampliando as marcas de todos e que tudo isso ajude a Biesse a conquistar um mercado maior e para atender ainda melhor os clientes.

Por que a Biesse escolheu Curitiba como sede da empresa na América Latina?

Quando colocamos a meta de inaugurar uma filial na América Latina há dois anos poderíamos ter escolhido outro país. O Brasil não fica no centro dessa região. Por exemplo, a distância do Brasil ao México é quase a mesma do que a da Itália ao México. A escolha pelo Brasil passou pelo desenvolvimento do mercado, facilidade de mão de obra qualificada, por ser o maior mercado da América Latina, facilitando o relacionamento com grandes empresas e parceiros.

Dentro do Brasil, obviamente, todos pensam em São Paulo. É a capital do business, mas pela logística talvez não fosse a escolha certa. Já tivemos um escritório na cidade, mas percebemos que o desenvolvimento era muito lento, com acesso complicado aos clientes. Então a escolha por Curitiba foi perfeita. Ela é central em se tratando do mercado florestal, é uma cidade de fácil acesso, estamos há dez minutos do Aeroporto, há algumas conexões diretas com capitais da América Latina, além de ter uma capacidade de prestação de serviços muito boa em comparação com a Europa.

Para a Biesse como está disposto o mercado madeireiro na América Latina atualmente?

A pandemia foi um divisor de águas. O mercado brasileiro teve alguns momentos muito bons e outros nem tanto. Mas o mercado brasileiro é muito grande, passando por população, desenvolvimento industrial e de serviços, sendo o maior mercado da América Latina. Para a Biesse é um mercado que sempre atuamos sem uma atuação direta aos nossos clientes, com uma intermediação bem feita dos nossos representantes.

Mas tínhamos que estabelecer uma relação mais direta e dar retorno ao Brasil por tudo o que ganhamos nos últimos anos. Acredito que tenha espaço para um desenvolvimento ainda maior nesse mercado.

O mercado latino-americano não é o dos mais fáceis do mundo, com países em distintas condições políticas e econômicas. Há pequenos países bem desenvolvidos como Panamá e Costa Rica e nações médias sem sequer estarem no mapa comercial. Então não é tão simples ter uma política e estratégia únicas, mas passa por pequenas estratégias locais, observando caso a caso. Por isso, temos uma rede muito qualificada de vendedores em muitos países e com a sede no Brasil será muito mais fácil entender essas dinâmicas do continente.

2023 marca o início de um novo governo no Brasil, novas eleições na Argentina e o acirramento no pleito norte-americano. Como a Biesse avalia a influência desses fatores políticos no mercado?

Tem uma frase que nosso diretor das Américas sempre repete: “quando se trabalha com empenho, com as tecnologias e as ideias certas, normalmente se encontra o sucesso”. A partir dessa frase o que sempre tentamos passar aos nossos clientes é que, indiferente do resultado de qualquer eleição, em um país continental como o Brasil não é possível atrelar a mudança de rumos de uma empresa a essa questão, mas sim ao esforço diário para o desenvolvimento dessas indústrias, fazendo parcerias, inovando e investindo em sustentabilidade.

Fora em casos de ditadura onde não há nenhum tipo de liberdade, mas mesmo na Argentina com os problemas constantes econômicos, ou no Equador, Chile e Colômbia que tiveram recente eleições, nossos clientes têm o objetivo de continuar a crescer. Por isso não estou nenhum pouco preocupado com o resultado da eleição. Fatores como a Guerra na Ucrânia e a alta no valor da tarifa elétrica, de materiais e dos containers são mais importantes. Temos que arregaçar as mangas e ir trabalhando. Tivemos bons negócios com diversos tipos de governo na América Latina.

E como a Biesse se posiciona no mercado? Quais são os trunfos da empresa dentro do setor madeireiro?

A Biesse é um dos três grandes players mundiais de produção de máquinas para indústria moveleira. Há mercado para todos, mas ele não escolhe apenas quem tem a melhor tecnologia ou melhor preço, mas quem dá maior tranquilidade no médio ou longo prazo, ou seja, conta com uma tecnologia de ponta, uma solução moderna e adequada e tudo o que envolve o pós-venda.

Por isso, nosso maior investimento não é no showroom, que irá apresentar as máquinas do nosso portfólio, que já vendeu mais de 2,5 mil máquinas desde que chegamos no Brasil, há cerca de 20 anos. Mas o maior investimento que a Biesse vem fazendo nessa filial em Curitiba é na parte de serviços. É muito mais trabalhoso e recompensador investir em profissionais de alto nível, como técnicos, gerentes, diretores, consultores, todos esses perfis profissionais. Porque uma máquina você coloca no showroom e logo consegue vendê-la. Já aqui na nossa filial contamos com 15 colaboradores e esse é nosso maior investimento. Ou seja, aqui teremos 15 máquinas, mas também temos 2 milhões de euros em peças de reposição que podem ser despachadas no mesmo dia para qualquer capital do Brasil.

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