Em maio de 2024, a atividade industrial apresentou enfraquecimento, segundo a Sondagem Industrial. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que houve recuo na produção, no emprego industrial e nos níveis de estoques no quinto mês do ano.
Na visão da CNI, esses dados começam a refletir os impactos dos eventos climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul.
“Acreditamos que a situação não vai interferir nos custos dos produtos industriais de forma persistente e generalizada. Apesar da queda nos estoques para aquém do planejado, os empresários têm buscado outras opções para adquirir insumos e atender as demandas do mercado”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
O índice de evolução da produção industrial caiu de 51,2 para 47,4 pontos na transição de abril para maio. Após dois meses mostrando avanço da produção, o índice se encontra abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que significa queda na produção.
Apesar de ser comum para o período, o recuo foi mais intenso que o usual, influenciado pelos dados da produção na região Sul em decorrência dos eventos climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul: o índice para a região atingiu 39,6 pontos.
O índice de evolução do número de empregados também ficou abaixo da linha de 50 pontos em maio. O indicador recuou de 50,1 pontos para 49 pontos na passagem do quarto para o quinto mês do ano. O índice passou a amostrar queda no número de empregados após três meses.
A Sondagem Industrial mostra que, em maio, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) atingiu 69%, após recuar um ponto percentual frente a abril.
Embora o recuo tenha ocorrido em empresas de todos os portes, a UCI permanece acima da média dos meses de maio para empresas de pequeno e médio porte. Para empresas de grande porte, a UCI se encontra na média do mês de anos anteriores da série.
O recuo também foi influenciado pelo que acontece na região Sul, onde a UCI recuou nove pontos percentuais e ficou em 63% em maio.
Em maio de 2024, o indicador de evolução do nível de estoques, que foi de 50 pontos em abril, caiu para 48,9 pontos em maio. Abaixo da linha divisória, o indicador revela que houve redução nos estoques além do planejado pelas indústrias na passagem de abril para maio.
Em junho de 2024, os indicadores de expectativa de demanda, de compras de matérias-primas, de número de empregados na indústria e de quantidade exportada avançaram pouco e permanecem em patamar otimista.
O indicador de intenção de investimento avançou 0,5 ponto de abril para maio e atingiu 57,4 pontos em junho. Com o avanço, o índice se encontra 5,5 pontos acima da média histórica da série, de 51,9 pontos.
A Sondagem Industrial entrevistou 1.526 empresas de pequeno, médio e grande portes no mês. Para este levantamento, os empresários foram questionados entre os dias 1° e 12 de junho de 2024.
*com informações da CNI