Zaid Ahmad Nasser avalia desafios para início de mandato na APRE

Presidente eleito no início de 2022 será um dos palestrantes da 15ª Codornada Florestal.

Zaid Ahmad Nasser foi eleito presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) para o biênio 2022-2023. Entre os principais focos do início da gestão está a ampliação da comunicação da entidade com a sociedade, com foco na divulgação da importância e sustentabilidade promovida pelo setor.

Nasser também será um dos palestrantes da 15º Codornada Florestal, que será realizada entre os dias 7 e 8 de dezembro, em Curitibanos (SC). O presidente irá promover um debate sobre o setor florestal no Paraná e concedeu entrevista exclusiva para a Forest News antes de sua palestra. Confira!

Quais são as principais pautas da nova gestão da APRE?

Nesse período estamos priorizando três pilares: o primeiro é a comunicação com a sociedade, não apenas com o setor florestal. Mas se comunicar também com universidades e com o público geral para mostrar qual o papel das empresas florestais e o impacto positivo que o setor tem no cotidiano das pessoas. Outro ponto é atenção com a PL 366, que se refere a atividades de silvicultura, classificada como potencialmente poluidora. Esse é um tema bastante delicado, que a associação vem tratando com bastante enfoque, justamente para flexibilizar mais as atividades da silvicultura. O terceiro ponto é a questão da manutenção dos dados atualizados do nosso setor, que é muito importante para a associação como um todo, mas também para a sociedade: no lançamento do nosso levantamento setorial, por exemplo, apresentamos um dashboard online que qualquer pessoa pode acessar e assim ter acesso aos dados de forma prática, transparente e clara.

Dos 9,88 milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil, o Paraná detém 1,17 milhões. Qual é a perspectiva de crescimento do setor no futuro próximo?

Ainda existe algumas áreas dentro do Paraná que podem ser reclassificadas como áreas produtivas, especialmente no noroeste do estado. Mas em números gerais o setor vem com um desenvolvimento tecnológico significativo para ampliar a produção por hectare; então temos o desenvolvimento de novos clones, técnicas de operações florestais, que fazem com que a produção florestal seja maior, em termos de crescimento físico – temos, por exemplo, cerca de 200 mil hectares que podem ser utilizados para reflorestamento de pinus ou eucalipto.

Passada a fase mais crítica da pandemia, vivemos um momento de retomada da economia como um todo. Como está sendo esse período para o setor de florestas plantadas no estado? Quais têm sido os principais desafios?

Durante toda a pandemia o setor se mostrou extremamente resiliente. Conseguimos manter e em alguns casos até mesmo ampliar a produção. Justamente porque o setor oferece produtos que são amplamente utilizados no nosso dia a dia e, durante a pandemia, isso foi potencializado. Mas as indústrias conseguiram monitorar e captar de forma rápida essa mudança de mercado e atender essa demanda. O ponto principal pós-pandemia, porém, é justamente as questões relativas aos custos de insumos: o aumento de custo de operações florestais seja por meio de insumos ou mão de obra, mas principalmente pela questão de fertilizantes e adubos. Então todo esse contexto, somado a crise na Europa devido a guerra na Ucrânia, faz com que nosso setor precise novamente se reinventar e encontrar novos caminhos para manter o controle nos custos de produção e atender a demanda do mercado.

Por fim, a APRE está lançando uma nova logomarca. No que ela reflete o novo momento da entidade? O que ela representa para presente e futuro?

Hoje o setor florestal já é visto como chave para o sequestro de carbono, um setor com muito conhecimento sobre o assunto, mas precisamos saber como comunicar isso. Nossa nova marca traz todo esse engajamento ligado às pessoas e tecnologia conectadas, à transparência do nosso setor diante dos números apresentados e, por fim, a união. O primeiro passo para quem quer se comunicar é ser lembrado e a APRE, com a nova logomarca, tenho certeza que alcançará novas fronteiras.

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Jorge de Souza

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