Waldemar Niclevicz aplica desafios da escalada do ‘Everest’ no dia a dia

Primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, o K2 e os Sete Cumes será um dos palestrantes da 15ª Codornada Florestal.

Waldemar Niclevicz é alpinista e foi o primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, o K2 e os chamados Sete Cumes. O paranaense avalia que todos enfrentam montanhas diárias em suas jornadas pessoais e profissionais. E que, claro, é preciso enfrentar esse desafio para completar a escalada e atingir os objetivos.

Niclevicz será um dos palestrantes da 15º Codornada Florestal, que será realizada entre os dias 7 e 8 de dezembro, em Curitibanos (SC). O alpinista irá promover um debate sobre sua jornada pessoal e como ela pode auxiliar as pessoas no dia a dia. Confira uma prévia do que será abordado em entrevista exclusiva ao Forest News!

Como você relaciona sua experiência profissional como alpinista com os desafios cotidianos que as pessoas enfrentam?

Acredito que a vida, por si só, não deixa de ser uma grande escalada. Todo mundo tem uma montanha a ser escalada. Para o alpinista pode ser o Everest, mas no cotidiano pode ser o sucesso profissional, a família, a empresa… Já no setor florestal existem vários ‘Everests’ a serem superados. Com a minha experiência mostro como fui o primeiro brasileiro a chegar ao topo do Everest e tento inspirar pessoas a conquistarem o próprio Everest e os seus sonhos.

Quais seriam, então, os primeiros passos?

Primeiro é importante que cada um saiba qual é seu Everest, qual é seu sonho. Tento quebrar o mito do Everest, mostrar que é possível atingi-lo, desde que você acredite em você, faça um planejamento, tenha um plano de ação para atingir esse grande objetivo.

O cenário da minha palestra é o próprio Everest, em que eu mostro como atingi o topo, relacionando isso ao mundo corporativo. Temos que tomar todos os cuidados necessários para cumprir objetivos: desde a conhecer o ambiente, fazer uma capacitação adequada, ter uma equipe entrosada, unida e focada. Mas, mesmo com tudo isso, imprevistos podem acontecer. O setor florestal, por exemplo, tem que lidar com questões climáticas e, muitas vezes, temos que ter ousadia para superar o ambiente hostil em que nos encontramos.

Por tudo isso, abordo bastante essa questão do risco, em que temos que tomar isso com bastante respeito. Muitas pessoas perdem a vida na montanha, assim como empresas quebram, pessoas resultados profissionais abaixo do esperado… Mas é preciso continuar exercendo sua função e fazendo aquilo que você gosta para gerar resultados.

Tudo isso mostra que sempre temos que ter um próximo objetivo, ter um propósito. É preciso saber o que você quer da vida para alinhar a energia para que isso aconteça.

Qual a importância da perseverança para conseguirmos escalar as montanhas do nosso dia a dia?

Um dos grandes desafios que temos na vida é lidar com a frustração. Infelizmente, por várias circunstâncias, não conseguimos concretizar um projeto e é preciso entender que nem toda montanha é um ambiente que, no final, permitirá que você cumpra seu objetivo. O importante é não desistir do objetivo e dos sonhos, se preparar melhor, se capacitar em busca de uma oportunidade mais adequada.

No topo da montanha, nós, alpinistas, temos tido escaladas mais arriscadas devido a crise climática. Muitas vezes, no setor florestal e no mundo corporativo, acontece a mesma coisa: passamos por uma pandemia, estamos em meio a uma guerra entre Rússia e Ucrânia, o mercado está instável, mas é importante estar preparado e observar as oportunidades que continuam existindo.

A demanda para o setor madeireiro está cada vez mais elevada e o setor florestal sabe disso. Precisamos ser mais afetivos. A necessidade de ser eficiente e ter disciplina profissional é fundamental para que as pessoas gerem resultados: você ficar na média não é tão difícil, mas ter destaque e relevância exige um esforço muito maior. Todos temos potencial para gerar resultados maiores do que a expectativa que temos em nós mesmos.

Então como superar essa barreira entre expectativa e realidade?

É importante estar atento a inovações, atualizado com tecnologias, ter uma equipe de ponta e com os conhecimentos aprimorados. Essa série de fatores no final gerará um rendimento diferenciado. Isso é uma questão de gestão e é uma preocupação que deve ser constante para uma empresa que deseja ser destaque no mercado. Para um alpinista, muitas vezes, não é difícil escalar uma montanha, mas ir ser reconhecido no esporte mundialmente é um grande desafio. Tudo isso para que realmente consigamos sair daquele meio comum e nos destaquemos, não apenas por benefícios financeiros, mas também para sentirmos que nosso trabalho e conhecimento têm valores diferenciados, gerando resultados melhores para todos nós!

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Jorge de Souza

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