Indústrias madeireiras de Mato Grosso negociaram com 61 países em 2023. As vendas externas de produtos florestais neste período movimentaram US$ 104,6 milhões, destacando-se o comércio com os Estados Unidos (US$ 16,7 milhões), Índia (US$ 13 milhões) e China (US$ 11 milhões).
Entre os itens embarcados para o exterior predominam remessas de madeira bruta, serrada e perfilada, conforme detalhamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Somente no primeiro trimestre de 2024 foram faturados US$ 18,3 milhões com embarques de 16,6 mil toneladas de madeira, complementa o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Estes números posicionam Mato Grosso como o quarto maior exportador de madeira brasileira.
A ampliação do acesso dos produtos florestais de Mato Grosso para mercados consumidores, dentro e fora das fronteiras do Brasil, vem sendo conquistada aos poucos, diz o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius.
Em 2024, empresários de base florestal irão representar o Estado nos principais eventos nacionais e internacionais do setor, em São Paulo e na França. Também está confirmada para este 1º semestre a 5ª edição do Dia na Floresta, no município de Alta Floresta, onde será destacada a produção por meio de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) e realizada rodada de negócios. No ano passado, o Cipem participou de eventos internacionais, sendo representante do Brasil na China e Índia.
“Mato Grosso tem 5,025 milhões de hectares de florestas manejadas e conservadas. Produziu 7 milhões de metros cúbicos (m3) de madeira em 2022 e recolheu R$ 66 milhões em impostos. É um setor importante para economia estadual, sendo o principal gerador de receita em vários municípios. Emprega 10 mil pessoas, além de ter um sistema de rastreamento da produção florestal (Sisflora 2.0) que é o mais eficiente do mundo, garantindo a procedência e legalidade dos produtos mato-grossenses”, destaca Blasius.
Neste sentido, o setor busca solucionar problemas que travam o comércio de madeira nativa, como a demora de até 4 meses na liberação das mercadorias nos portos marítimos brasileiros. Para agilizar as exportações locais, uma alternativa viável é o Porto Seco, em Cuiabá, possibilitando inclusive atender estados do Norte, diz o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri. Ampliar o efetivo de servidores nos portos é outra solução para resolver entraves e acelerar os embarques internacionais dos produtos florestais.
Outra solução implementada em 2024 para desburocratizar, ampliar e fortalecer o comércio de madeira nativa obtida de Planos de Manejo Florestal Sustentável no Estado (PMFS) incluem o lançamento da Prática Recomendada ABNT PR 1020 – Manejo de floresta tropical nativa, norma que valoriza o manejo florestal, endossado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).