A produção de móveis no Brasil voltou a crescer no início do segundo semestre de 2023: +0,6% tanto em volume produzido quanto em receita na passagem de junho para julho, atingindo a marca de 31,8 milhões de peças fabricadas.
Num período de oscilações, o resultado do mês ainda não recupera o volume perdido no ano, mas melhora as expectativas para a segunda metade de 2023.
As informações são da mais recente edição mensal da “Conjuntura de Móveis”, estudo da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), desenvolvido com exclusividade pelo IEMI com base em dados oficiais de pesquisa.
A nova edição traz os indicadores atualizados da indústria, do varejo e do comércio exterior de móveis e colchões em 2023.
Ao analisarmos o acumulado do ano (janeiro a julho), a conjuntura indica queda de 2,0% no volume produzido em relação ao mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses, essa queda acumula 6,5%, destacando os desafios enfrentados pelo setor ao longo de 2023.
Em termos de receita, a indústria de móveis alcançou R$ 6,2 bilhões em julho. No acumulado do ano, o recuo no faturamento é menos intenso do que em volume: -0,8% em comparação com o mesmo período de 2022, com uma retração de 1,7% nos últimos 12 meses.
O preço médio de produção de móveis também teve leve aumento em julho: +0,04%, chegando a R$ 193,55. De janeiro a julho, o índice registra uma alta de 2,28%, com um aumento de 0,46% nos últimos 12 meses.
O desempenho reflete também o consumo interno aparente de móveis, que no sétimo mês atingiu 31,4 milhões de peças, representando um aumento de 0,6% em relação ao mês anterior.
No entanto, ao considerar o ano como um todo, houve retração de 0,6% em comparação com o mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses, o consumo aparente, ou seja, que trata da disponibilidade no mercado interno, experimentou uma queda de 1,4%.
As importações tiveram participação de 3,6% no consumo interno em julho de 2023. O desempenho do mês demonstra uma atividade importadora mais dinâmica do que a média anual, que é de 3,0%, sendo esta a projeção padrão dos especialistas no mercado de móveis para o fechamento do ano.
Ainda assim, os bons resultados das exportações brasileiras de móveis e colchões no segundo semestre de 2023, quando a indústria moveleira nacional alcançou alguns dos melhores resultados do ano, continuam mantendo um superávit na Balança Comercial no setor.
No sétimo mês do ano foram exportados US$ 62,0 milhões em móveis e colchões, representando um aumento de 5,1% em relação ao mês anterior. Já em agosto, o montante exportado chegou a significativos US$ 70,6 milhões, refletindo um crescimento ainda mais expressivo, com uma alta de 13,8% na passagem dos meses.