As florestas brasileiras são as mais férteis do mundo, com produtividade média de 36,0 m³/há, de acordo com o Instituto Brasileiro de Árvores (Ibá). O sucesso do setor se deve a muitos fatores, desde a qualidade do solo brasileiro a diversos players que são referência mundial nas indústrias madeireira, papel e celulose e demais vertentes.
Mas a academia também tem papel importante no avanço da cadeia de produtos de madeira. A cada ano, surgem cada vez mais cursos de graduação e especialização sobre o tema. Por isso, a Forest News conversou com o engenheiro florestal e professor da UNICENTRO Eduardo da Silva sobre o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Florestais (PPGF) do campus Irati, no interior do Paraná. Confira!
Há quantos anos a Unicentro oferta o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Florestais (PPGF)? O que mudou de lá para cá em termos de abordagem? A procura pelos cursos de mestrado e doutorado tem crescido com o passar do tempo?
O Programa de Pós-graduação Ciências Florestais (PPGF) da UNICENTRO iniciou suas atividades em 2007 com o curso de mestrado e em 2014 com o curso de doutorado. Neste período, o programa já formou e colocou no mercado 160 mestres e 33 doutores, sendo recursos humanos altamente qualificados para atuar na docência, na pesquisa ou como profissionais e empreendedores para contribuir com a produção e a disseminação do conhecimento científico, tecnológico e de inovação para o desenvolvimento da região, do estado do Paraná e do país.
De lá para cá foram muitas conquistas, podendo destacar: melhoria da qualificação e experiência do corpo docente, que é composto por doutores experientes formados em universidades de diversas regiões do país e muitos com capacitação no exterior; a melhoria da infraestrutura laboratorial para o desenvolvimento das pesquisas; aumento das parcerias com outras instituições de pesquisas, universidades, e principalmente, com as empresas florestais; e aumento das parcerias internacionais com universidades estrangeiras. Também merece destaque a colocação no mercado de trabalho de recursos humanos altamente qualificados e a disseminação do conhecimento científico e tecnológico, que é o propósito principal da pós-graduação.
Por que uma pessoa formada em cursos ligados às áreas das Ciências Florestais e à Agricultura deveria considerar se juntar ao PPGF?
O Programa de pós-graduação em Ciências Florestais, sem dúvidas, tem permitido a capacitação dos profissionais ligados à área florestal e afins, possibilitando ampliar os conhecimentos para novas oportunidades de ingresso no mercado de trabalho. Tal fato é justificado pela maior exigência do mercado de trabalho, que requer profissionais cada vez mais especializados e capaz de solucionar problemas nas empresas e instituições. No caso do PPGF, por meio dos cursos de mestrado e doutorado, os profissionais são capacitados para atuar na docência, na pesquisa e como profissionais no mercado de trabalho.
O programa tem duas linhas de pesquisa: manejo de florestas naturais e manejo de florestas plantadas. Quais são as principais diferenças entre esses dois tipos de manejo?
O Programa de Pós-graduação Ciências Florestais possui a área de concentração denominada “Manejo Sustentável dos Recursos Florestais” e duas linhas de pesquisa: “Manejo de Florestas Naturais” e “Manejo de Florestas Plantadas”, envolvendo as diversas áreas das ciências florestais com uma visão regional motivado pela grande ocorrência da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e pelos plantios de pinus e eucaliptos, sendo esses dois cenários de destaque na região Sul do Brasil.
Quais são os temas predominantes nas pesquisas conduzidas no PPGF hoje? Há algum trabalho específico que o senhor destacaria?
As pesquisas são desenvolvidas nestas duas linhas, contemplando as seguintes áreas: Genética e Melhoramento Florestal, Manejo Florestal, Ergonomia e Colheita Florestal, Silvicultura Clonal e Urbana, Geotecnologias, Proteção Florestal, e Tecnologia de Produtos Florestais.
Quais são os planos para o PPGF no curto/médio e longo prazo? Em termos de expansão do programa, pesquisas, etc.
Primeiro, pretendemos ampliar parcerias com as empresas florestais para desenvolvimento de pesquisas aplicadas para a solução de problemas demandados pelas mesmas, assim como aumentar o número de ações de internacionalização com envolvimento dos docentes e discentes.
Além disso, iremos ampliar também a infraestrutura por meio da aquisição de novos equipamentos modernos de médio e grande porte para desenvolvimento de pesquisas inovadoras. Nesse interím, a UNICENTRO também tem planos para aumentar as quotas de bolsas de estudos para os cursos de mestrado e doutorado e parcerias com o setor privado, possibilitando atrair um maior número de candidatos de outras regiões do país, e consequentemente, maior formação de recursos humanos, produção científica e tecnológica.
Para fechar, focaremos também na melhoria do conceito do Programa de Pós-graduação na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), fundação vinculada ao Ministério da Educação do Brasil.
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Florestais
As inscrições para o mestrado e o doutorado em Ciências Florestais seguem abertas até o dia 28 de fevereiro. Para participar, o candidato deve seguir as instruções dos editais disponíveis no site do Programa (https://www3.unicentro.br/ppgf) e enviar toda a documentação necessária por e-mail ([email protected]).
Os candidatos terão sua proposta de projeto de pesquisa analisada, bem como passarão por classificação a partir da pontuação do currículo. Os concorrentes também deverão realizar uma prova escrita no dia 14 de março. Após essa data, serão feitas entrevistas com os inscritos.
O resultado do processo seletivo será publicado até o dia 25 de março. As matrículas dos aprovados serão realizadas nos dias 30 e 31 de março, na Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, localizada no Campus Irati da Unicentro. O início das aulas será em 4 de abril, a princípio, de forma presencial.