Organizado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o encontro iniciou no dia 19 deste mês e objetivou reforçar a rede de identificadores de árvores, além de aprimorar os inventários florestais.
Com isso, promover práticas produtivas mais sustentáveis e eficientes, explicou o presidente do Cipem, Ednei Blasius. Em Mato Grosso, a produção madeireira baseada na extração vegetal é realizada a partir de técnicas de manejo florestal, estabelecido na Amazônia há mais de 50 anos.
Superintendente de Gestão Florestal da Sema, Tatiana Marques de Arruda, classificou o Primeiro Encontro de Identificadores de Árvores como um marco para a atividade florestal e para a pesquisa botânica, possibilitando proceder à identificação das espécies arbóreas com mais assertividade.
“É fundamental para garantir a sustentabilidade da biodiversidade da flora de Mato Grosso e precisão dos inventários florestais, garantindo segurança e eficiência nos licenciamentos, bem como preservação e conservação do meio ambiente”, disse.
“Esse evento tem uma importância muito grande, principalmente porque a gente junta as instituições de pesquisa, de ensino, as instituições que trabalham com a parte de licenciamento, de credenciamento e fiscalização, no caso das Semas, e os empresários do setor madeireiro”, acrescentou a professora efetiva da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Marcela Cunha Monteiro, ressaltando os benefícios coletivos, tanto para o setor empresarial como para a sociedade em geral.
Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Mike Hopkins, destaca que a identificação correta das espécies arbóreas é um requisito legal e essencial para produção florestal sustentável.
Ao conhecer quais espécies estão sendo colhidas e comprovar, por meio de uma coleta apropriada, a origem do material recolhido, prensado, seco e montado para o herbário, fica testemunhado que determinada árvore pertenceu a uma localidade específica.
“Em todos os estudos que envolvem a biodiversidade da Amazônia, algo muito importante é o nome da espécie. Esse é um grande desafio na região: como identificar as plantas, especialmente de forma científica. Muitas pessoas que vivem na floresta conhecem bem as plantas e a floresta em si, muitas vezes pelos nomes populares, mas não necessariamente têm uma conexão forte com o meio científico, onde há publicações, informações e literatura sobre as plantas e madeiras. A única maneira de garantir uma identificação adequada é envolver taxonomistas, profissionais de campo e aqueles que cuidam dos herbários”, completou Hopkins.
Os participantes do Primeiro Encontro de Identificadores de Árvores também tiveram a oportunidade de demonstrar a expertise na coleta e identificação das árvores do bioma amazônico.
Na culminância das atividades, no último sábado, 21, dez profissionais experientes da área florestal que compuseram o corpo de jurados analisaram as habilidades dos inscritos no torneio em relação à identificação correta das espécies arbóreas comerciais.
O campeão do torneio, realizado na Fazenda Vaca Branca, em Alta Floresta, foi o engenheiro florestal Matheus Xavier. Em segundo e terceiro lugares ficaram classificados, respectivamente, os profissionais do setor de base florestal Thiago Garbin e Tiago Federle.
“Para quem trabalha com identificação botânica e busca melhorar a qualidade do manejo florestal este evento é um dos pilares atualmente. O encontro reúne especialistas, tanto de Mato Grosso quanto de outros estados, além de taxonomistas renomados, para discutir temas relacionados à identificação botânica. Para quem atua nessa área, é uma oportunidade incrível de interagir com especialistas de diversos grupos, não apenas de árvores, mas também de outros vegetais, enriquecendo o conhecimento de forma integrada”, finaliza o engenheiro florestal Matheus Xavier.