A greve dos servidores do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) que passa de 35 dias, tem causado impactos negativos e grandes prejuízos às indústrias do setor madeireiro.
O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso, Felipe Antoniolli, disse que a paralisação de serviços como documentações, liberações de produtos e despachos realizados pelo Ibama, para prosseguirem atividades tem causado colapso geral.
“Muitas metragens de metros cúbicos de madeira não estão conseguindo que seja realizada a exportação. Hoje você tem um manejo florestal (extratação seletiva de árvores) que tem toda uma cadeia de custódia, que tem todo um licenciamento ambiental, tanto de Sema, tanto de Ibama, aí você tem um contrato com os clientes do exterior, e todas essas exigências, elas por mais que sejam já validadas, não está conseguindo exportar madeira, gerando um transtorno absoluto, um transtorno absurdo para o setor”, explica Antoniolli.
O presidente acrescentou que “o próprio setor de base florestal, está sendo visto com maus olhos perante outros países, que não está entregando, no caso, a sua matéria-prima, a sua mercadoria, num tempo hábil de acordo com os contratos. Está sendo realmente um grande entrave para o nosso setor, essa greve do Ibama. Como é uma greve a nível federal, não afeta somente o setor de base florestal, afeta aí os adubos, insumos agrícolas, é todo o setor do agro, setor do petrolífero, então não é só o setor de base florestal que está sendo prejudicado com essa greve do Ibama, a gente precisa que realmente o governo, enquanto um ser que é diminuindo um Estado, ele consiga articular de maneira que haja um equilíbrio aí, para que o órgão governamental do Ibama volte a trabalhar e sanar os problemas que estão ocorrendo”, cobrou.
Felipe destacou que diretorias dos setores afetados tem procurado aos órgãos governamentais, federações e indústrias, para haver diálogo positivo com os servidores do Ibama, para que as exportações de indústrias mato-grossenses possam ser retomadas.
“A gente não é contra o pleito deles, a gente entende que realmente tem que ter essa melhora, mas também que não pode atrapalhar de forma tão brutal o setor igual que está sendo prejudicado no caso. Procuramos várias vezes, o CIPEM, que é o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras do Estado Mato Grosso, que acionou também já o Fórum Nacional de Bases Florestais. Nós procuramos o presidente do Ibama, comentamos sobre a greve, todos os impactos causados para o setor de base florestal, para todos os empresários que dependem realmente exclusivamente das exportações e o tamanho colapso que está gerando para o setor de base florestal essa greve. Já mencionaram que iriam dialogar para resolver, cortaram já o ponto também dos servidores do Ibama, mas até o momento não tem uma previsão, não tem nada concreto que realmente vai se findar essa greve.” Ele ainda acrescentou que “o setor, infelizmente, é mais uma vez prejudicado, mas a gente sabe que não é só o setor de base florestal, é todo setor de exportações que passam obrigatoriamente pela fiscalização do Ibama”, prossegue.
Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) permanecem em greve, desde 24 de junho, com intuito de ter as reivindicações por reestruturação de carreira e reajuste salarial, além de terem atenção pública voltada ao “sucateamento dos órgãos de proteção ambiental”. Nas últimas semanas, diversas manifestações estão sendo realizadas, a maioria no Distrito Federal.