Em sua segunda edição, a Brasília Design Week (BDW 2024), correalizada pela Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), deverá movimentar a capital federal a partir de amanhã com uma série de atividades que demonstram o porquê do título de “Cidade Criativa do Design”, concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 2017.
Como parte das ações do Movimento Brasília Cidade do Design, a programação conta com exposições de mobiliário, objetos, collabs+creative films (fashions films), circuito de design, oficinas, palestras, encontros de negócios, feiras e produções audiovisuais colaborativas.
O objetivo é reproduzir no Distrito Federal as semanas de design popularizadas internacionalmente, estimulando novos negócios e a economia local.
Um dos destaques da BDW 2024 são as exposições de mobiliário. As duas principais mostras ocuparão o Mezanino do Museu Nacional da República de 4 de julho até 4 de agosto. Ambas apresentam diferentes recortes da identidade cultural brasiliense e brasileira na produção de objetos de design selecionados a partir de projetos de relevância na área.
Uma das mais aguardadas na programação, a mostra “Conexão Brasília” leva à capital federal peças que foram expostas na Semana de Design de Milão — maior referência mundial no segmento —, com a curadoria de Dimitri Lociks e expografia de Gero Tavares.
Realizado pela Abimóvel em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), parte da seleção de peças vem do Projeto Brazilian Furniture de incremento às exportações.
Outro segmento da curadoria é resultado do PDCIMob (Projeto de Desenvolvimento, Competitividade e Integração da Indústria do Mobiliário), voltado para micro e pequenas empresas de móveis, também sob liderança da entidade moveleira, desta vez em conjunto com o SEBRAE Nacional.
De acordo com Lociks, a mostra “apresentará o viés político do design, revelando a capital como um ponto de partida para iniciativas que impulsionam a economia nacional por meio do design”.
Ele explica que a exposição terá um panorama diversificado e instigante das diferentes perspectivas de fomento ao design, enfatizando a importância das parcerias estratégicas entre entidades públicas e privadas.
Dessa forma, a mostra visa tanto aproximar a cadeia produtiva e de valor como também demonstrar o potencial e a força do mobiliário e do design brasiliense e brasileiro, que ganham o mundo e se colocam cada vez mais na vanguarda em termos de criatividade, matérias-primas, sustentabilidade e inovação. Com isso, fomentando novas oportunidades e sinergias entre os diversos atores do setor.
Já o segmento de design a brasiliense tem Nina Coimbra como curadora, prometendo uma exposição diversa, sustentável e representativa. A ideia é “promover a diversidade na utilização de matérias-primas e em processos que manifestam a consciência dos desafios ambientais e sociais do Brasil e de Brasília”, um dos pontos-alvo da BDW neste ano.
A mostra, intitulada “Onde o Plano Encontra a Margem”, exibirá um recorte do melhor do que foi feito no DF em termos de design de produto, design de mobiliário, design gráfico e design de moda entre os anos 2022 e 2024, desde produção autoral até peças produzidas por pequenas, médias e grandes indústrias nacionais.
A seleção expõe a identidade brasiliense, apontando peculiaridades regionais na produção de objetos de design e lançando uma perspectiva de interação com o melhor do design brasileiro, a partir de paralelos e novos horizontes. Entre os nomes confirmados estão Samuel Lamas, Rafaela Gravia, Choque Arquitetura e Aciole Félix.
Paralelamente às duas mostras no mezanino do Museu Nacional, a BDW terá a exposição “Jalapoeira Apurada” assinada pelo designer e arquiteto Marcelo Rosenbaum, que ficará de 4 a 7 de julho no Anexo do Museu Nacional da República. Trata-se de uma coleção de esculturas feitas com capim dourado e buriti por mulheres de três associações quilombolas do Tocantins.
As peças carregam memórias e contam histórias de um saber ancestral passado de geração em geração, remetendo a valores como coletividade, senso de pertencimento e ancestralidade. Simultaneamente, o espaço também recebe a mostra “Essência da Forma”, da coleção Lider 2024, que celebra 80 anos de existência com seis lançamentos de peças assinadas por designers variados.